Jimmy, China, Jonas e Maurício, os quatro caras do rock
provocador com letras aguçadas e nem uma papa na língua, desceram em Macapá
para proporcionar um legítimo show de rock nas terras tucujus
Tocando o countrycore, com letras satíricas e com críticas
sociais, a bandaMatanza veio pela primeira vez ao Amapá, onde talvez
dificilmente viriam se não fosse a internet, que fez da música dos cariocas
conhecidas do público jovem e dos antigos do Brasil.
“Onde tem camisa preta de verdade tem rock... e é o que rola
aqui no Amapá ou em qualquer outro lugar do mundo. Os ‘camisas preta’ são que
nem barata, se tiver guerra nuclear acaba tudo, mas eles sobrevivem”, assim
define o vocalista Jimmy London, sobre os
fãs da banda.
O rock vem conseguido mais espaço em Macapá e adeptos
crescem. Mas, aqui no Amapá, eles ainda são considerados alternativos.
Para o vocalista Jimmy, alternativo são os outros sons ditos
eletrônicos, pois o rock surgiu na década de 50 e se mantém forte e resistente.
Não é só uma modinha que passa, rock ficou. “Têm ritmos que tem sabor fácil,
desce rápido, mas também sai rápido. Tem outros que são mais sofisticados, com
gostos ácidos, como rock, demora a apreciar, mas quem gosta continua gostando”,
diz Jimmy.
O público do rock amapaense agradece a iniciativa. De acordo
com a bacharel em Direito, Iná Gabriela, que é fã da banda, e mora há sete anos
no Estado, esse momento foi especial. “Conheci a banda pelos amigos e baixei os
vídeos pela internet. Essa é a primeira vez que vejo um show de verdade. Os
produtores estão de parabéns!”, declarou.
Para Heron Dias, o rock vem ganhando espaço há algum tempo e
o público aumenta. "Tem uma galera nova entrando na roda, mas o povo da
antiga continua firme e forte nas rocadas. Meu filho sempre me acompanha nesses
eventos, pois temos poucos como este na cidade, sempre quando posso venho com
ele”, informou.
Apostando no rock
O rock já saiu hámuito tempo do cenário underground e já
ganhou o público maior, pois os jovens de antes, agora senhores, continuam
seguidores e seus filhos e netos também são amantes do segmento.
O show foi realizado pela empresa de material para esporte
radical “Na Base Skateshop”,que comemora cinco anos de criação.
A empresária PollyStockmane o empresário Ricardo Kokada,
proprietários da Na Base Skateshop, dizem que o próximo evento será o
Campeonato Barão da Borda, que será realizado em maio deste ano, na praça Barão
do Rio Branco, ao qual estarão apoiando.
“Rock é cultura, e o rock em Macapá tem sido mais valorizado.
O cenário já mudou. Estamos lutando para que o skate também ganhe credibilidade
como esporte na nossa cidade, que saia uma rampa adequada. Estamos muito
felizes de ter ocorrido tudo certo no show, e que venham mais”, afirmou Polly.
O show
Regada a muitos gritos,a banda entrou no palco mostrando a
força do som, que a Matanzadenomina de countrycore, guitarras alucinadas, baixo
estridente e bateria detonando, chegaram ao ouvindo do público amapaense na
primeira música que a banda mandou ver no palco, Indro, do MTV Apresenta
Matanza de 2008.
A sequência de músicas foram entonadas pela voz glutônica do
vocalista, que entre uma e outra conversava, brincava com a plateia, que estava
hipnotizada com o som e as letras sarcásticas da Matanza.
Quase duas horas de show, que passaram como se fossem
segundos, Matanza deixou o palco com satisfação de ter feito. Segundo seu
vocalista, um dos melhores shows de sua trajetória.
Pérola Pedrosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário